Queda dos juros deve favorecer o seguro automotivo
Banco Central iniciou um novo ciclo de redução dos juros
Atenção! O GrupoEuro17 em hipótese alguma cobra depósito antecipado para confirmação de antecipações
Banco Central iniciou um novo ciclo de redução dos juros
O financiamento desempenha um papel crucial no setor automotivo, afetando diretamente as vendas de automóveis e, por extensão, o mercado de seguros automotivos. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o financiamento é usado em um terço das vendas de automóveis, percentual que poderia ser maior, fossem menores as taxas de juros. A disponibilidade de opções de financiamento acessíveis e atraentes desempenha um papel fundamental na decisão do consumidor de adquirir um veículo.
Primeiramente, o financiamento torna os automóveis mais acessíveis para uma ampla gama de compradores. Muitas pessoas não têm os recursos financeiros para comprar um carro à vista, e é aí que entram os planos de financiamento. Ao oferecer a opção de pagamento parcelado, os consumidores podem adquirir veículos que atendam às suas necessidades sem a necessidade de um desembolso imediato significativo. Esse acesso facilitado ao mercado de automóveis impulsiona as vendas e aumenta a demanda por seguros automotivos.
Além disso, o financiamento muitas vezes vem acompanhado da compra de um seguro automotivo como parte do contrato. Isso é benéfico para o mercado de seguros, pois garante um fluxo constante de clientes em potencial. Os compradores podem desejar proteger o veículo com seguro, o que cria uma demanda orgânica por cobertura. Isso não apenas aumenta a conscientização sobre a importância do seguro automotivo, mas também gera oportunidades para seguradoras fornecerem cobertura personalizada aos proprietários de veículos.
Com efeito, segundo o economista Lúcio Silva, do Grupo Euro 17, “estamos só no começo de um ciclo de cortes da taxa básica de juros, que ainda vai durar um bom tempo. Os efeitos serão sentidos mais adiante, com uma defasagem típica de seis a nove meses; e primeiro nos setores que mais dependem do financiamento, como o imobiliário e o automotivo”. Em agosto, o Comitê de Política Monetária diminuiu a taxa básica de juros de 13,75% para 13,25% ao ano; ainda elevada, de acordo com o economista, mas que deve alcançar 12% até o final do ano, nas projeções do Relatório Focus, do Banco Central.
O financiamento também influencia as decisões dos compradores quanto ao tipo e ao valor do veículo que escolhem. Com planos de financiamento em mente, os consumidores podem optar por carros mais caros, novos ou com mais recursos, o que pode resultar em prêmios de seguro mais elevados. Essa correlação entre financiamento e escolha de veículo afeta diretamente o mercado de seguros automotivos, uma vez que diferentes tipos de veículos têm diferentes necessidades de cobertura e, portanto, impactam os prêmios.
Nesta terça-feira (5), a ANFAVEA realizou sua tradicional coletiva de imprensa, apresentando os dados consolidados do mês anterior. Agosto, com muitos dias úteis e sem interrupções de produção, foi o segundo mês com maior produção de automóveis no ano, 227 mil veículos, atrás apenas do mês de maio, com 228 mil. Embora a produção acumulada desde janeiro, 1,5 milhão de veículos, esteja muito aquém da capacidade instalada, de 4,5 milhões ao ano, a queda de juros deve impactar positivamente o setor em 2024.
No setor de seguros, de acordo com a projeção da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), o segmento do seguro auto deve crescer 24% esse ano, e mais 17% em 2024. Como um todo, o setor segurador deve crescer 11% no ano. A melhora nas condições econômicas e o final do aperto monetário podem trazer novos estímulos para o setor.