Economia

Plano Real comemora 30 anos de lançamento

Com estratégias acertadas, plano econômico trouxe novas perspectivas para o país

Lucio Silva
28/05/2024 10:12
2 minutos

Lançado em fevereiro de 1994, sob a batuta do então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real completa 30 anos de lançamento.

Conhecido como o plano que pôs fim a uma década de inflação elevada e estagnação econômica, ele inovou em relação aos planos de estabilização anteriores, alterou o padrão monetário e tirou da pobreza milhões de brasileiros.
A astúcia do plano foi a convivência, por quatro meses, de duas moedas. O cruzeiro real era desvalorizado diariamente, de modo que os aumentos de preços fossem sincronizados, e carregava consigo toda a inflação.
A Unidade Real de Valor (URV), em que eram cotados os preços dos produtos, era fixa em relação ao dólar, portanto, estável. Em julho daquele ano, as duas moedas deixaram de existir, substituídas pelo Real, de início, flutuante, mas valorizado em relação ao dólar. Vale lembrar, àquela altura a dívida externa havia sido renegociada. A âncora cambial foi decisiva para a estabilização dos preços.

Outro ponto importante, o plano foi transparente. As empresas e consumidores não foram surpreendidos por mais um congelamento de preços, cada etapa foi comunicada à população de forma clara. Isso evitou comportamentos defensivos, como a indexação informal, que intensificam a inflação. Houve ainda um ajuste fiscal inicial, com a criação do Fundo Social de Emergência, que aumentou a tributação e deu mais flexibilidade para a política fiscal do governo FHC.

A inflação, que em 1993 atingiu 2.400% no ano, caiu para 916% no ano seguinte, e para apenas 1,53% em 1998. Com a recuperação do poder aquisitivo da moeda, a proporção de pobres no Brasil declinou de 39% para 28%, mais de 11 milhões de pessoas deixaram a situação de pobreza, segundo estimativas da pesquisadora Sônia Rocha, para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

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