Economia

O crescimento da economia no segundo trimestre do ano.

Os dados mostram que temos boas notícias, mas também com sinais de alerta.

João Christofoletti
26/09/2024 08:47
1 minuto
O resultado da economia veio acima do que era esperado pelo mercado, 1,4% contra uma expectativa de apenas 0,9% do mercado. Tem muitos significados. Primeiro, que o resultado foi mesmo positivo. De um lado tivemos um crescimento bem razoável, e dentro desse crescimento, do lado da oferta, a participação importante da indústria, que cresceu 1,8%, recuperando o resultado negativo do trimestre anterior.

Destaque para a construção civil, geradora de muitos empregos, o setor de energia elétrica e a indústria de transformação. É um crescimento dinamicamente interessante, à medida que encerra a possibilidade de ganhos de escala, de desenvolvimentos tecnológicos, de inovação, mais do que em outros setores, a indústria contribui para isso. Ademais, tivemos ainda o crescimento do setor de serviços em 1%, que é um crescimento intensivo em trabalho e representa boa parte do PIB.

Agora a parte menos positiva ou até negativa do PIB: o agro caiu, e isso tem a ver com as condições climáticas adversas, provavelmente mais frequentes, dadas as mudanças climáticas, e lembremos dos eventos do Rio Grande do Sul.

E o crescimento dos serviços foi menor que em trimestres anteriores, sugerindo alguma desaceleração. Mas ainda, da perspectiva da demanda, para onde foram os bens cuja produção aumentou? Foram principalmente para o consumo das famílias e do governo, de um lado, e os investimentos de outro.

Vale ressaltar que o crescimento dos investimentos é sempre muito interessante. É esse tipo de crescimento que a gente precisa, porque representa empresas comprando máquinas, equipamentos, construindo e gerando, portanto, a capacidade produtiva do futuro.

Mas, precisamos que o crescimento dos investimentos seja continuado, porque em proporção do PIB continua em parcos 16,8%. Como o horizonte é de continuidade do ciclo de aumento da taxa básica de juros, o crescimento do investimento fica um pouco mais difícil.

Ademais, houve o aumento das importações e há duas interpretações complementares para este efeito. Uma é de que houve um vazamento para o exterior do crescimento de nossa demanda, o que sugere que a economia está crescendo acima do que o setor produtivo doméstico é capaz de atender, com a possibilidade de pressionar a inflação a médio-prazo.

A outra, o crescimento da indústria, hoje em dia, requer a importação de insumos, dado o encolhimento produtivo da cadeia da indústria nacional nas últimas décadas.



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