E até onde vão os juros brasileiros? No último mês de agosto tivemos o primeiro aumento da taxa Selic em 12 meses, o primeiro, mas não único. Em verdade, o Banco Central iniciou um ciclo de aumento da taxa básica de juros que deverá seguir nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.
E até onde vão os juros brasileiros? No último mês de agosto tivemos o primeiro aumento da taxa Selic em 12 meses, o primeiro, mas não único. Em verdade, o Banco Central iniciou um ciclo de aumento da taxa básica de juros que deverá seguir nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.
Os motivos para isso são vários: o primeiro são as expectativas de inflação, que hoje estão completamente desancoradas. Para este ano a expectativa de inflação, de acordo com o relatório Focus, já está em 4,5%, que é o teto da meta deste ano. Enquanto a expectativa para 2025 já bate em 4%, um ponto percentual acima do centro da meta.
Além disso, tem uma queda mais lenta dos juros internacionais, sobretudo nos EUA, fazendo com que o diferencial de juros da nossa economia fique menor, ou seja, menor a distância entre as taxas praticadas aqui e lá fora.
Sem mudanças em outros fatores, uma redução no diferencial torna nossa economia relativamente menos atraente para o investidor. Assim, para evitar este efeito indesejado, leva mais tempo para os juros aqui caírem.
Finalmente, é preciso observar que o mercado de trabalho tem mostrado ótimos resultados, um desemprego mais baixo e massa salarial em alta.
No entanto, um desemprego mais baixo é sinal de que a inflação vai demorar um pouco mais a ceder. Isso é visível, por exemplo, na inflação de serviços, que está bastante relacionada ao mercado de trabalho e que tem recuado mais lentamente que os demais preços.
Deste modo, a nossa expectativa é de que os juros alcancem ao menos 12% no final do ciclo de aumento, que deve ser concluído até o primeiro trimestre de 2025.