A nota de crédito é uma medida do risco da economia brasileira.
Quanto maior a nota de crédito, menor é o risco de inadimplência para o investidor, com os efeitos positivos decorrentes disso. Ou seja, em primeiro lugar, mais confiantes, os investidores estrangeiros vão exigir da economia brasileira um prêmio de risco menor, isto é, irão cobrar menores taxas de juros para aplicarem seus recursos aqui.
Em segundo lugar, a elevação da nota melhora a credibilidade da economia como um todo, e aumenta o acesso ao crédito, ficando mais fácil e barato tomar emprestado lá fora.
Em terceiro lugar, a moeda local é favorecida, porque entram mais recursos internacionais, com esse aumento de oferta, o preço do dólar diminui, ou seja, o real é valorizado. Isso contribui para o combate à inflação.
E finalmente, o país caminha para alcançar o chamado grau de investimento; o Brasil está a uma nota do grau de investimento, o que significa entrar para um seleto grupo de países seguros para se investir. E aí sim, os efeitos positivos anteriores se repetem com maior intensidade.
Quanto às razões que levaram a Moody’s a aumentar a nota brasileira, a agência cita, por exemplo, o crescimento econômico fruto de reformas. Nos últimos anos, o Brasil fez uma série de reformas, reforma da previdência, a reforma trabalhista, a reforma tributária e a adoção de um regime de metas fiscais.
Essa série de reformas sinaliza uma economia que procura se ajustar do ponto de vista estrutural. Com isso, a agência visualiza uma melhora no produto potencial, o quanto essa economia consegue crescer sem pressionar a inflação reflete também uma resiliência das instituições diante de todas as turbulências políticas pelas quais passamos costumeiramente.
Finalmente, o setor externo também contribui significativamente. O país tem hoje uma dívida externa que é menor do que o nível de reservas internacionais do Banco Central, configurando-se um credor externo. E o saldo comercial é consistentemente positivo, e na casa de 100 bilhões de dólares, o que é uma excelente notícia e traz bastante confiança para o investidor estrangeiro.
Resta ajustar o crescimento dos gastos públicos, sem o que, não haverá o grau de investimento.